A tarde estava quente, com o sol filtrando pelas cortinas da mansão dos Santos. Isabela estacionou o carro com calma, observando a fachada imponente que, por anos, foi sua casa. Não sentia mais dor ao entrar ali — apenas uma nostalgia silenciosa, como quem visita um lugar onde deixou parte de si.
Na bolsa, carregava os convites do aniversário de dona Aurora. Havia passado a manhã revisando detalhes da festa, escolhendo flores, ajustando a lista de convidados. Aurora merecia tudo. Setenta anos de vida, de histórias, de força. E Isabela queria que cada detalhe refletisse isso.
A governanta a recebeu com um sorriso gentil.
— Boa tarde, senhora Isabela.
— Vim apenas buscar algumas coisas minhas e já estou de saída.
— Fique a vontade sra. a casa sempre pertencerá a você. — Disse a emprega.
Isabela assentiu, agradecendo. Subiu as escadas com passos leves, sentindo o aroma familiar da casa — lavanda, madeira polida, e algo que sempre lembrava domingos em família.
Ao abrir a porta da suíte