A vida conjugal de Ana Mayra e Théo Wilian tomava um novo rumo, mais leve e harmônico. A rotina deles se encaixava aos poucos, como se cada gesto fosse um passo firme para longe das imposições do passado e mais próximo daquilo que verdadeiramente desejavam: paz e cumplicidade. A terapia em casal, sugerida inicialmente com certa resistência, se tornara uma ponte segura entre eles. A psicóloga que os acompanhava sabia conduzir com delicadeza os traumas antigos, ajudando Ana a desconstruir suas defesas e aprender a confiar. As palavras dela ecoavam em pequenos atos, como sorrisos espontâneos, abraços demorados e silêncios confortáveis.
Ana já não era mais a jovem arredia que havia se casado contrariada. Agora, seus dias eram preenchidos por leveza, trabalho e amizade. A galeria de arte onde passava boa parte de seu tempo lhe trazia um senso de realização. E Théo, por sua vez, fazia de tudo para estar presente, mesmo que em detalhes. Ligava sempre que podia, mesmo nos dias mais atarefados