– Como ele está? – pergunto assim que me encontro com Rodolfo no corredor do hospital.
– Ainda está em cirurgia – ele responde, com o rosto fechado.
Olho para a porta da sala de cirurgia, sentindo uma vontade desesperadora de invadir aquele espaço, de exigir respostas imediatas, mas sei que não é o momento. Já se passaram mais de quatro horas desde que Otávio foi levado para lá, e a espera parece insuportável.
– Eu disse que seria uma péssima ideia – Rodolfo diz, com um tom que mistura preocupação e frustração. Seu olhar é pesado, e eu não digo nada porque sei que ele está certo. – Otávio, com essa obsessão de encontrar Milena, acabou se colocando nesse estado. Sempre avisei que não seria seguro, que não seria o certo. Nos arriscamos tanto... para o quê? Para sermos levados ao “talvez”?
– Ela está viva – digo, com firmeza, tentando convencer a mim mesma.
– E Otávio está morrendo – Rodolfo rebate, sem amenizar as palavras.
Sua resposta é como um soco no estômago. Meu coração pesa, e a