Me concentro no prato de comida à minha frente, forçando-me a mastigar cada pedaço, mesmo que pareça impossível engolir. Faz quatro dias desde que tudo aconteceu. Quatro dias em que minha mente não para de girar, repetindo cenários e possibilidades. Já entrei incontáveis vezes nos sites de notícias de Nova York, procurando por qualquer menção a Otávio. Nada.
A ausência de notícias deveria ser um alívio, mas tudo o que sinto é uma angústia sufocante. Mesmo assim, uma faísca de esperança se recusa a morrer dentro de mim. Se ele tivesse morrido, sendo quem ele é, a notícia já teria se espalhado por todos os cantos. Essa é a única lógica que me mantém respirando.
Giovanni se recusa a falar comigo, e isso só aumenta meu desespero. Francesco, sempre calmo e meticuloso, me pediu paciência.
"Quando houver algo, você será a primeira a saber", ele disse.
Mas como posso ter calma?
Meu estômago dói incessantemente, uma mistura de fome, náusea e ansiedade. Os enjôos têm sido constantes, e eu me