Alguns dias se passaram desde a reunião no Palácio, mas ainda era possível sentir o peso das palavras ecoando pelos corredores da mansão. O nome Montanari nunca soou tão denso, tão definitivo. Desde que fui apresentada oficialmente à família, notei uma mudança nos olhares. Alguns me observavam com respeito. Outros, com hesitação. Mas o que mais me marcou foi o silêncio carregado de Lorenzo.

Desde aquele dia, ele não disse mais uma palavra na minha frente.

Enzo me disse que o conhecia bem, e que o silêncio dele era mais perigoso do que qualquer explosão de fúria. “Lorenzo não esquece uma afronta”, ele havia dito. “Ele acumula. E quando age, é porque já escolheu de que lado vai morrer.”

As palavras dele martelavam dentro de mim, e eu sabia que o jogo estava longe de terminar.

Nos dias que seguiram, Enzo e eu nos recolhemos mais. Dormíamos juntos quase todas as noites, mesmo quando o sono não vinha. Às vezes, ele apenas me observava em silêncio, como