Brasas Acesas
Naquela manhã, o sol finalmente rompia o manto cinzento que cobria Vale das Rosas há dias.
Raios dourados filtravam-se pelas frestas do casarão, banhando de luz o salão principal, como se a casa celebrasse a clareza que se aproximava.
Ana Luísa e Rafael estavam no jardim, removendo parte do solo ao redor da mangueira centenária.
Durante a limpeza das pedras ao redor do tronco, encontraram uma delas com inscrições esculpidas em baixo-relevo. As letras eram antigas, quase apagadas, mas ainda legíveis:
"A verdade não morre no silêncio. Ela germina."
Ana sentiu um arrepio percorrer a espinha. Rafael, por sua vez, se ajoelhou ao lado da pedra, limpando cuidadosamente a superfície com um pincel.
— Isso é mais do que simbólico. Alguém gravou isso para ser encontrado.
—Alguém que sabia que um dia nós estaríamos aqui.
— Ou foi meu tio, ou quem ele tentava proteger. Talvez os dois. Disse Ana, emocionada.
— Essa casa é um arquivo vivo.
Decidiram cavar ao redor, c