O Círculo de Pedra
O dia seguinte amanheceu com um céu limpo e um vento gelado que invadia as frestas das janelas antigas. Ana Luísa, sentada à escrivaninha do escritório, recortava papéis, etiquetava pastas e revisava suas anotações.
O material encontrado no sótão ainda precisava ser analisado com calma, mas algo em especial não lhe saía da cabeça: a imagem da mãe de Rafael entre os arquivos.
Por que ela estaria envolvida?
E será que ele sabia desse fato?
Rafael chegou pouco depois das dez com um envelope pardo em mãos.
— Recebi isso agora de manhã. Estava na porta da redação antiga.
— Outro bilhete?
— Não. São cópias. Registros de transações feitas por uma fundação chamada Círculo de Pedra. Nome estranho, mas olha isso! Apontou para um dos documentos.
— Aqui está o nome do seu tio-avô e do meu pai.
Ana pegou o papel e o leu com atenção. A fundação fazia doações para reformas sociais, mas a maioria dos projetos nunca havia saído do papel.
Valores altíssimos circulav