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O que o destino prepara

Acordo sonolenta, sentindo um peso quente ao redor da minha cintura. Abro os olhos devagar… e vejo o braço de um homem desconhecido me abraçando. Meu coração dispara. Cautelosa, deslizo para fora daquele aperto, removendo o braço dele com cuidado para não acordá-lo.

Calço minhas sandálias às pressas, pego minha bolsa no chão e saio do apartamento sem olhar para trás.

— A minha mãe vai me matar… — murmuro para mim mesma enquanto fuço dentro da bolsa atrás do meu celular. Preciso falar com a Sara. Agora.

Caminho até o elevador sentindo o corpo inteiro dolorido. Eu devo estar parecendo uma maluca — descabelada, amassada e sem nem ter olhado no espelho. Prendo o cabelo em um coque improvisado e finalmente ligo para a Sara. Antes de encarar minha mãe, preciso descobrir o que ela inventou.

— Sara, pelo amor de Deus… você falou pra minha mãe que eu estava aí? — pergunto assim que as portas do elevador se abrem e eu piso no térreo.

— Emma, onde você se meteu com aquele cara que você nem conhecia? — é a primeira coisa que a Sara dispara quando atende.

— Ele me trouxe para um… hotel. E eu passei a noite aqui — confesso, sentindo a vergonha subir até as orelhas.

Meu Deus, o que eu fiz? Eu transei com um homem que eu nem sabia o nome. E eu perdi a minha virgindade com ele.

Só de lembrar, o estômago dá um nó.

— Não. Não, não, não… — Sara respira fundo do outro lado. — Você não vai me dizer que perdeu a virgindade com um desconhecido por causa do Hugo. Emma, sério, você é mais louca do que eu pensava! Mas… — ela faz uma pausa dramática — me conta: você gostou?

A pergunta dela acerta em cheio. E tudo volta como um filme: a voz dele rouca no meu ouvido… “Eu quero sentir cada pedaço de você… devagar.”

Minha pele arrepia só de lembrar.

— Foi… inesquecível, amiga. Eu tenho certeza que com o Hugo nunca seria daquele jeito — admito, mordendo o lábio.

— EU SABIA! — ela grita animada. — Eu quero todos os detalhes, Emma. Todos.

— Ele ficou com a minha calcinha — digo baixinho, lembrando da cena no elevador, o olhar dele preso em mim enquanto a escondia no bolso.

— Mas que safadinho! — Sara ri, quase gargalhando. — Ele ficou com a sua calcinha pra se lembrar de você, pode apostar.

Sinto meu rosto arder, mas não consigo evitar o sorriso.

O homem desconhecido colocou a minha calcinha no bolso. Como se fosse um troféu.

— Eu nunca mais vou vê-lo, Sara. Eu nem sei o nome dele… e nem quero saber. Depois do que aconteceu, já tarde da noite, ele ainda queria me levar pra casa, você acredita? Mas eu acabei pegando no sono — explico, revivendo tudo com um misto de vergonha e confusão.

— Então ele é daqueles caras que procuram mulheres diferentes pra uma noite só… — ela comenta. — Eu só espero que vocês tenham usado camisinha.

Meu coração para.

Depois, dispara.

A cena vem inteira na minha cabeça.

A pele dele contra a minha.

Sem nada entre nós.

Ele não usou preservativo.

Meu Deus. E se ele tiver alguma doença? E se…?

Fico muda, completamente estática, andando mecanicamente enquanto meu pânico cresce. Sara percebe na hora.

— Emma. Emma, pelo amor de Deus… — a voz dela muda de tom. — Me diz que vocês usaram camisinha.

Silêncio.

— Emma, sua maluca! — ela explode. — Como você transa com um homem desconhecido sem camisinha?! Você ficou completamente louca!

— As coisas aconteceram tão rápido… tão natural… eu nem me toquei nisso, Sara — digo, ofegante, exatamente no momento em que o Uber para na frente do hotel.

Adentro o carro ainda com o celular no ouvido, batendo a porta atrás de mim. O motorista olha pelo retrovisor, mas desvio o olhar, envergonhada demais até para existir.

— Emma, como você é maluca! — Sara continua, indignada. — O risco de uma DST ou uma gravidez indesejada… já imaginou o que a sua mãe faria com você?

A culpa me aperta o peito.

— Eu não me preocupo com gravidez… já tem alguns dias que estou tomando anticoncepcional. Era pra quando eu tivesse a minha primeira noite com o Hugo — respondo, fazendo uma careta ao lembrar dele. Agora tudo relacionado ao Hugo me causa nojo.

— Mesmo assim, Emma, você sabe que não é cem por cento seguro — ela insiste, me deixando ainda mais receosa.

— Não fala isso, Sara… eu não gosto nem de imaginar. Minha mãe me mata — reclamo, passando a mão pelo rosto.

— Falando da sua mãe… — ela puxa o ar — ela ligou pra mim. Estava preocupada porque você não ligou pra ela. Então eu disse que não ficamos muito tempo na boate e que, assim que chegamos na minha casa, você capotou.

Sinto o alívio me invadir como um banho quente.

— Obrigada, amiga. De verdade. Você é a melhor amiga que eu poderia ter. Te amo — digo com sinceridade.

O Uber segue pela avenida enquanto minha mente foca naquela noite que eu nunca irei esquecer, nem se eu quisesse.

— Você me deve uma — ela diz, antes de se despedir e encerrar a ligação.

Solto um suspiro e encosto a cabeça no banco do carro. Fecho os olhos… e imediatamente aqueles olhos azuis vêm à minha mente.

A intensidade deles.

A forma como me olharam.

A forma como me tocaram.

Que homem era aquele… Além de lindo, o corpo dele parecia esculpido para tirar o fôlego de qualquer mulher. E tirou o meu — de todas as formas possíveis.

O carro desacelera e para em frente ao prédio onde eu moro. Pago o motorista, agradeço baixinho e desço.

O ar mais frio da manhã toca minha pele, trazendo um pouco de realidade. Entro no prédio e subo as escadas até o terceiro andar, respirando fundo. Preciso preparar meu emocional para encarar a minha mãe. Ela deve estar chateada, preocupada… talvez até brava.

Giro a maçaneta e entro devagar.

A sala está em silêncio. A luz da TV ilumina o ambiente quase apagada. E ali, no sofá, encontro minha mãe dormindo — ainda com o celular na mão, provavelmente esperando minha ligação.

Meu coração aperta.

Vou até o quarto dela, pego uma coberta macia e volto. Com todo cuidado, cubro seu corpo e me abaixo para depositar um beijo suave em sua testa.

— Desculpa, mãe… — sussurro, mesmo sabendo que ela não vai ouvir.

Então vou para o meu quarto, pego uma roupa limpa no guarda-roupa e sigo para o banheiro que fica logo ao lado.

Fecho a porta, respiro fundo e começo a tirar a roupa. Quando olho meu corpo no espelho, o ar quase me falta.

As marcas dele ainda estão ali.

Meus seios estão avermelhados, sensíveis ao toque. Minha barriga também guarda alguns sinais. Paro por um instante, fecho os olhos… e a lembrança daquela noite me invade com força.

A voz rouca dele no meu ouvido…

O jeito firme…

O calor daquele corpo contra o meu.

Eu preciso tirá-lo da minha cabeça. Preciso.

Primeiro, porque eu nunca mais vou vê-lo.

Segundo… porque mesmo que visse, eu manteria distância.

Pelo jeito que ele falou que ia me levar para casa, dava para sentir o quanto ele é arrogante.

Perigoso.

E completamente fora do meu alcance.

Entro no banho tentando lavar não só o corpo, mas também os pensamentos. Quando termino, enrolo a toalha e volto para o meu quarto. Visto a roupa rapidamente, exausta pelo emocional do dia — e da noite anterior.

Deito-me na cama, ainda com o cabelo úmido… e, sem perceber, o sono me vence.

— Filha… — sou despertada pela voz suave da minha mãe me chamando.

Abro os olhos aos poucos, ainda sonolenta.

— Oi, mãe… aconteceu alguma coisa?

— Eu vou ter que ir na casa do senhor William. Ele me ligou dizendo que está precisando de mim — ela explica enquanto ajeita o cabelo.

Reviro um pouco os olhos, irritada pelo simples nome dele.

— Mãe, esse patrão da senhora é insuportável. Hoje é domingo e ele quer que a senhora vá lá? Que cara sem noção…

— Não fale assim dele, querida — ela me repreende com delicadeza. — Ele é um homem bom… só é um pouco sofrido. O destino tirou os pais dele quando ainda era jovem. Eu sou como uma mãe para ele.

— Nada disso, mãe. A senhora é minha mãe, não mãe dele — respondo, sentindo um incômodo bobo e enciumado.

Ela sorri de canto.

— Eu sei, meu amor. Mas eu amo ele da mesma forma que amo você.

— Ah, pronto… — reviro os olhos, já irritada.

— A senhora volta hoje para casa? — pergunto, me endireitando na cama.

— Não sei… vai depender do que ele precise — ela responde com calma.

Sinto meu peito apertar.

Eu preciso contar pra ela o que aconteceu. Preciso dividir tudo antes de explodir de ansiedade.

— Mãe… fica aqui comigo. Fala pra ele que não pode ir. Eu preciso falar algo muito importante com a senhora — digo, meu tom mais sério que nunca. Ela sempre foi minha mãe e minha melhor amiga. Eu não consigo guardar segredos dela.

— Filha… eu já disse a ele que iria. O motorista deve estar chegando para me buscar — ela fala, pegando a bolsa. — Ah, e ele até perguntou por você. Disse pra você não esquecer de ir amanhã cedo. Ele não gosta de atraso.

Meu estômago vira.

— Eu não sei se quero trabalhar para esse homem… Já não gosto dele sem ao menos conhecê-lo. Imagina quando eu conhecer.

Um arrepio estranho percorre minha nuca.

Algo nesse senhor William me incomoda… profundamente.

E nem sei o porquê.

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