Narrado por Anya Petrova
Acordei antes que o sol surgisse por completo no horizonte. O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave, iluminado apenas pelo contorno avermelhado da aurora que atravessava as cortinas pesadas. Por um instante, não soube onde estava. O colchão macio, o cheiro amadeirado, o silêncio pesado… até que meus olhos pousaram nele.
Dmitri.
Dormia ao meu lado. O peito subia e descia em um ritmo lento, quase hipnótico, e pela primeira vez pude observá-lo sem a máscara de ferro que ele usava quando estava acordado. Sem a arrogância, sem as ordens, sem o peso da máfia refletido em cada gesto. Ali, ele era apenas um homem. Um homem absurdamente bonito.
Meu olhar percorreu o rosto dele, o maxilar marcado, os lábios entreabertos, os cabelos bagunçados caindo levemente sobre a testa. Havia uma vulnerabilidade naquele sono que me deixou sem ar. Pela primeira vez, vi a possibilidade de que existia mais do que apenas o Don implacável.
Não resisti. Levantei a mão devagar, co