Narrado por Anya Petrova
A madrugada caiu pesada sobre a mansão, mas o sono simplesmente não vinha. Eu me mexia na cama, puxava os lençóis, virava de um lado para o outro. O jantar tinha terminado horas atrás, mas as palavras de Mikhail continuavam latejando dentro da minha cabeça: “quando Dmitri some desse jeito, é porque algo grande está acontecendo.”
Era impossível não pensar na fúria que eu tinha visto no escritório, no tom da voz dele ao telefone, no silêncio que trouxe para a mesa antes de desaparecer escada acima. Cada detalhe me corroía por dentro.
Suspirei, me levantei e coloquei o robe por cima da camisola. O relógio no criado-mudo marcava uma da manhã. Andei devagar pelo corredor silencioso até parar diante da porta do quarto dele.
Hesitei por alguns segundos, o coração disparado, depois bati.
A porta se abriu quase de imediato. Dmitri estava ali, com o cabelo bagunçado, sem camisa, usando apenas uma calça de moletom cinza. O peito largo subia e descia devagar, como se tive