Narrado por Anya Petrova
O cheiro de café fresco se espalhava pelo salão de jantar, misturado ao aroma de pães quentes, frutas cortadas e pratos que eu nunca teria coragem de preparar sozinha. Irina tinha superado a si mesma outra vez. A mesa estava posta como se fosse um banquete, e ainda assim, o peso de quem se sentava ali era maior que qualquer prataria reluzente.
Eu entrei um pouco hesitante, ajustando a alça fina da camisola que tinha coberto com um robe leve. Polina e Darya já estavam acomodadas, cada uma com um sorriso travesso estampado no rosto. Bastou eu puxar a cadeira para que elas trocassem olhares cúmplices.
Polina: — Dormiu bem, Anya?
Darya: — Ou será que não dormiu nada?
As duas gargalharam ao mesmo tempo, e eu corei imediatamente, sentindo as bochechas queimarem. Engasguei antes de responder, procurando palavras que me tirassem daquele aperto.
Anya: — Eu dormi, sim. Melhor do que vocês imaginam.
Polina arqueou uma sobrancelha como se tivesse captado mais do que eu de