Narrado por Anya Petrova
O carro freou diante da mansão e, pela segunda vez, eu me vi ali. Mas agora não havia a menor ilusão: não era visita, não era apresentação. Era prisão.
A porta foi aberta, e Dmitri me puxou para fora como se eu fosse uma extensão da vontade dele. O vento frio cortava meu rosto, mas nada gelava mais do que a ideia de que eu não tinha para onde correr.
Meu corpo reagiu antes da razão. Avancei contra ele, os punhos cerrados, o coração disparado.
— É isso? Vai me trancar aqui como uma prisioneira? — cuspi as palavras, a voz falhando entre o choro e a raiva. — Vai destruir minha vida só porque pode?
Ele me olhou de cima, imponente, o rosto sereno demais para alguém que acabava de arrastar uma mulher contra a própria vontade. E então sorriu. Não um sorriso bonito, mas debochado, cruel.
— Você não vai voltar naquela escola.
As pernas falharam. O chão poderia ter desabado que eu não teria sentido diferença.
— Vamos ver se não vou! — gritei, sentindo a garganta arranha