Noah
Quando eu entrei em casa, ela ainda estava no sofá.
As luzes estavam apagadas, só o brilho da TV iluminava o rosto dela, e no colo… o nosso filho. Dormindo como se o mundo lá fora não estivesse pegando fogo.
Mas eu tinha visto.
Vi cada palavra dela. Cada vírgula, cada lágrima contida, cada tremor na voz. Vi o que fizeram. Vi o que aquele desgraçado do pai teve coragem de dizer. E vi o jeito que ela enfrentou tudo — de cabeça erguida, com a alma nua.
Era a Bianca que eu conheci. Era a mulher por quem eu me apaixonei. Mas, mais do que isso… era a mulher que eu escolhi proteger pro resto da vida.
Me aproximei em silêncio, tirei os sapatos devagar, ajoelhei ao lado do sofá e encostei minha testa na dela. Ela abriu os olhos, devagar, como se estivesse com medo de que tudo aquilo ainda fosse um pesadelo.
Bianca: — Você viu?
Assenti, sem tirar os olhos dela.
Noah: — Eu vi… e eu me apaixonei por você de novo.
Ela tentou sorrir, mas os olhos dela diziam tudo. Estavam exaustos. Doloridos.