Carolina
Os dois estavam sentados à minha frente, mastigando feito dois porcos mimados que nunca viram comida boa na vida. O garçom trouxe o vinho que eu pedi caro, encorpado, digno da ocasião. Eu só observava. Letícia falava demais. Gustavo fingia que era alguém importante. Mas o que me interessava mesmo era o que ele tinha pra me entregar.
Gustavo: — Então... você quer saber os podres da Bianca? Achei que você só quisesse me humilhar, como todo mundo faz ultimamente.
Carolina: — Ah, Gustavo, vamos pular essa parte do coitadismo. Eu também fui humilhada. Fui trocada, traída e jogada de lado. Não tô aqui pra consolar ninguém. Tô aqui pra fazer um acordo. Se você tiver algo realmente útil, pode me dizer agora.
Letícia tentou abrir a boca, mas eu fiz questão de encarar ela com força. Aquela mulher não tinha cérebro pra estar nesse tipo de conversa. Ela que se contentasse em comer e parecer bonita — o que, convenhamos, ela também não conseguia muito.
Gustavo: — Tá. Eu vou ser direto. A B