Noah
A manhã estava silenciosa demais para o meu gosto.
Era como aquele momento antes da tempestade, quando o céu ainda está limpo, mas o vento carrega uma tensão no ar que te arrepia a espinha. Eu acordei cedo, deixei Bianca dormindo depois da semana que ela teve, era o mínimo que eu podia fazer. Ela precisava de descanso, de paz, de tempo pra respirar.
E eu ia garantir isso.
Cheguei na empresa por volta das nove. Cumprimentei a recepção, subi direto para o último andar, onde ficavam as salas executivas. Tudo seguia como sempre: minha assistente me atualizando por mensagem, reuniões marcadas, documentos a revisar.
Mas quando as portas da sala de reunião se abriram… o ar saiu dos meus pulmões.
Gustavo.
Sentado. Sorridente. Com um terno barato que não combinava com o ambiente, e aquela expressão de quem estava adorando a própria audácia.
Eu congelei.
Demorei um segundo pra assimilar.
Noah: — O que… você está fazendo aqui?
A sala ficou em silêncio. Quatro diretores da empresa estavam se