Julia sempre soube que seu destino estava selado desde antes de seu nascimento. Nascida em uma família marcada pelo poder e influência da máfia italiana, ela foi prometida a Mateus, o filho do temido capo Francisco. Forçada a se casar com um homem que nunca conhecera e contra sua própria vontade, Julia se vê presa em um mundo de luxos e perigos. O casamento é consumado na noite de núpcias, e Mateus, mesmo sendo um homem duro e cruel, promete tratar Julia com respeito, jurando não tomar nada que ela não lhe permitisse. No entanto, Mateus não é o único com segredos. Julia, em sua solidão e desespero, descobre que ficou grávida na mesma noite de sua união. Ela tenta esconder sua condição dos olhos curiosos de sua nova família e de seu marido, que está constantemente ocupado com os assuntos da máfia. A gravidez é um fardo que Julia carrega sozinha, aumentando sua angústia e seu desejo de fugir. Enquanto Mateus mergulha cada vez mais fundo nos negócios sujos da máfia, realizando assassinatos e mantendo a ordem sob o comando de seu pai, Julia se vê cada vez mais isolada. Sua única fuga é o seu segurança pessoal, herança do seu falecido pai. No entanto desenvolve uma relação de proximidade e paixão platônica, embora saiba que qualquer aproximação possa ser fatal. A vida de Julia se torna um jogo perigoso entre a necessidade de manter seu segredo e a iminente ameaça de seu marido e da máfia. Ela precisa decidir se aproveitará a chance para escapar ou se lutará para salvar o homem que nunca desejou e seu futuro incerto.
Leer másCapítulo 1: Destino Selado
Júlia
A chuva caía incessantemente sobre Palermo, e cada gota parecia ecoar o peso do meu destino. Eu observava a cidade através da janela do quarto de hotel, a água escorrendo pelo vidro como lágrimas silenciosas. Lá fora, a vida seguia seu curso, indiferente ao turbilhão dentro de mim. Meu coração batia descompassado, cada pulsação um lembrete da escolha que nunca tive.
Escolhida desde o ventre de minha mãe, destinada a me casar com um mafioso, Mateus. O filho de um poderoso capo. A ideia sempre me pareceu absurda, um pesadelo distante, até que o dia chegou. E agora, estava aqui, prestes a me unir a um homem que mal conhecia.
Meu reflexo no espelho me encarava com olhos tristes. Os longos cabelos escuros caíam sobre os ombros, contrastando com a brancura do vestido de noiva que me aprisionava. Respirei fundo, tentando encontrar algum resquício de força dentro de mim.
Uma batida na porta me trouxe de volta à realidade. Abri-a para encontrar meu segurança, um homem de expressão dura, mas com olhos que escondiam uma gentileza rara.
— Está pronta, senhorita Júlia? — perguntou ele, sua voz grave carregando um peso que eu conhecia bem.
Assenti, mesmo sabendo que minha resposta não importava. O destino já estava selado. Caminhei até a porta, mas antes de sair, virei-me para ele, buscando algum conforto em sua presença familiar.
— Você estará lá, certo? — Minha voz saiu mais fraca do que eu pretendia.
Ele acenou com a cabeça. — Sempre.
Desci as escadas com um nó na garganta, o som dos meus passos ecoando pelo corredor vazio. Quando entrei no salão principal, a visão me atingiu com força. A cerimônia estava prestes a começar. Os convidados, todos rostos desconhecidos, murmuravam entre si, suas vozes um zumbido indistinto em meus ouvidos. No altar, Mateus esperava. Ele era alto e imponente, com uma presença que dominava o ambiente. Seus olhos verdes estavam fixos em mim, observando cada movimento.
Ao chegar ao altar, parei ao lado dele, sentindo a intensidade de seu olhar. Eu esperava encontrar frieza, mas havia algo mais ali. Curiosidade, talvez até um toque de gentileza. A cerimônia começou, mas minhas mãos estavam trêmulas. Os votos foram trocados, os anéis colocados, e então, o momento chegou. Ele se inclinou e me beijou. Foi um beijo suave, respeitoso, muito diferente do que eu esperava. Talvez houvesse esperança, afinal.
A recepção foi um borrão de rostos e palavras. Tentei sorrir e conversar educadamente, mas meu coração estava pesado. A cada passo, sentia o olhar de Mateus sobre mim. Ele se aproximou várias vezes, tentando me confortar com palavras gentis, mas nada podia aliviar o peso em meu peito.
Finalmente, a noite chegou ao fim. Fui levada para a suíte nupcial, cada passo uma tortura. Sentei-me na cama, olhando para o reflexo no espelho. Desta vez, havia algo diferente em meus olhos. Determinação. Tomei uma decisão. Não sabia o que o futuro reservava, mas naquela noite, eu escolheria meu próprio destino.
Mateus entrou no quarto, fechando a porta suavemente. Ele caminhou até mim e sentou-se ao meu lado na cama. Havia uma suavidade em seus olhos que me surpreendeu.
— Júlia, eu sei que tudo isso é difícil para você — disse ele, segurando minha mão com delicadeza. — Mas eu prometo que não vou tomar nada que você não queira dar.
Suas palavras eram tranquilizadoras, mas não dissiparam todas as minhas dúvidas. Ainda assim, naquele momento, vi um vislumbre de humanidade nele. E isso foi suficiente para que eu tomasse minha decisão. Inclinei-me para frente e nossos lábios se encontraram em um beijo que selava não apenas um pacto, mas uma esperança de algo mais.
Naquela noite, sob a luz suave da lua que se infiltrava pelas janelas, consumamos nosso casamento.
Quando o sol finalmente começou a surgir no horizonte, sabia que meu destino estava irrevogavelmente entrelaçado com o de Mateus. E, apesar de tudo, uma pequena faísca de esperança acendeu-se em meu coração.
Mas a manhã trouxe mais do que apenas a luz do dia. Traria desafios, perigos e uma escolha: lutar por um novo futuro ou fugir de um destino que nunca desejei.
Será que terei forças para enfrentar o futuro que me espera ao lado de Mateus?
Mateus
O dia do meu casamento começou como qualquer outro na minha vida. Sujo de sangue. No início da manhã, recebi a ordem do meu pai, Francisco, o capo dos capos. Um traidor precisava ser eliminado. Não havia tempo para hesitações. A lealdade era tudo na nossa família, e a traição era uma ofensa que exigia uma resposta rápida e implacável.
Lembro-me de cada detalhe daquele encontro. O homem, aterrorizado, implorando por sua vida. O som abafado dos tiros. E depois, o silêncio ensurdecedor. Saí de lá com o sangue dele manchando minhas mãos e minhas roupas. Eu deveria ter sentido alguma coisa. Culpa, arrependimento. Mas tudo o que senti foi a urgência do tempo. Tinha poucas horas até meu casamento, e precisava me limpar.
Ao chegar ao hotel, subi direto para o quarto que meu pai havia reservado. A água quente do chuveiro lavou o sangue, mas não a sensação de que aquele dia marcaria uma mudança irrevogável na minha vida. Me vesti rapidamente, ajustando o terno, tentando ignorar as manchas invisíveis que ainda pareciam cobrir minha pele. O relógio continuava a marcar os minutos, cada segundo me aproximando de um destino que eu não escolhera, mas que estava determinado a enfrentar.
Quando finalmente desci para o salão, avistei Júlia pela primeira vez. Ela estava no final do corredor, esperando. Seus longos cabelos escuros caíam em cascata sobre os ombros, os olhos refletindo uma mistura de medo e determinação que me deixou sem palavras. Naquele momento, senti algo que nunca havia sentido antes. Um encantamento instantâneo, uma conexão inexplicável.
Ela caminhou em minha direção, e cada passo parecia eternizar aquele momento. Quando nossos olhos se encontraram, soube que minha vida mudaria para sempre. Ela era linda, sim, mas havia algo mais. Uma força silenciosa que me atraía irresistivelmente.
A cerimônia começou, e enquanto trocávamos nossos votos, não conseguia desviar o olhar dela. Suas mãos estavam trêmulas quando colocamos os anéis, mas seus olhos, embora assustados, mostravam uma determinação que admirei profundamente. Quando me inclinei para beijá-la, fiz uma promessa silenciosa a mim mesmo: faria de tudo para torná-la feliz, para protegê-la do mundo sombrio que conhecia tão bem.
A recepção foi um turbilhão de formalidades, mas consegui roubar momentos para observá-la. Cada sorriso forçado, cada risada tensa, tudo me fazia querer conhecê-la melhor, entender seus medos e esperanças. A noite finalmente chegou ao fim, e a levei até a suíte nupcial. Meu coração estava pesado com a responsabilidade que havia assumido.
No quarto, a tensão entre nós era palpável. Eu sabia que ela estava assustada, que essa união era algo imposto a ela tanto quanto a mim. Sentei-me ao seu lado na cama, segurando sua mão com cuidado. Precisava que ela soubesse que, apesar das circunstâncias, eu respeitaria seus limites.
— Júlia, eu sei que tudo isso é difícil para você — disse, tentando transmitir a sinceridade de minhas palavras. — Mas eu prometo que não vou tomar nada que você não queira dar.
Ela me olhou, e pela primeira vez, vi uma pequena faísca de confiança em seus olhos. Nossos lábios se encontraram, e naquele beijo, tentei transmitir todo o respeito e cuidado que sentia por ela.
Consumamos nosso casamento naquela noite, sob a luz suave da lua que se infiltrava pelas janelas. E, enquanto o sol surgia no horizonte, sabia que meu destino estava irrevogavelmente entrelaçado com o dela.
Acordei com a sensação de que minha vida tomaria um rumo inesperado. Sabia que seria um caminho cheio de desafios e perigos, mas também cheio de possibilidades. E enquanto observava Júlia dormir ao meu lado, silenciosamente prometi a mim mesmo que faria de tudo para protegê-la, mesmo que isso significasse enfrentar os fantasmas do meu próprio passado.
Será que conseguirei proteger Júlia dos perigos que a cercam e encontrar a felicidade que ambos merecemos?
Capítulo 102: Dois casamentos Duas medidasThomazEu estava na festa, cercado pelas luzes e sorrisos falsos, mas não conseguia deixar de sentir que algo estava errado. Catarine, minha irmã, não estava por perto há um bom tempo, e aquilo me incomodava. Sempre tivemos uma relação complicada, mas eu me preocupava com ela. Algo dentro de mim gritava que havia algo mais acontecendo, e eu não podia ignorar.A princípio, tentei afastar o pensamento, mas a ausência dela tornou-se evidente. Andei pelo salão, procurei nos lugares onde geralmente ficava, mas nada. Fui até nossos pais, Mateus e Júlia, e puxei minha mãe para o lado.— Mãe, você viu a Catarine? Ela sumiu há algum tempo, e isso não me parece certo.Ela franziu o cenho, claramente também incomodada. Mateus, ao nosso lado, ouviu a conversa e logo seus olhos endureceram. Ele era um homem severo, e sua preocupação muitas vezes se manifesta de maneiras intensas. Quando a ausência de Catarine ficou clara para ambos, decidimos procurá-la j
Capítulo 101: Armadilhas do destinoJúliaA festa estava em pleno andamento, a música envolvente preenchia o ar e as risadas ecoavam pelo salão. No entanto, meu olhar estava fixo em Anna. Desde que ela chegara, algo me intrigava. Havia uma aura de mistério ao seu redor, algo que me deixava alerta.Mateus estava ao meu lado, observando a cena com um semblante sereno, mas eu sabia que ele também notara a presença dela. Decidi me aproximar, não apenas por curiosidade, mas porque sentia que precisava entender quem era essa mulher que estava prestes a se tornar parte da nossa família.— Olá, Anna! — cumprimentei, tentando manter um tom amigável. — Queria conhecer a minha futura cunhada. Como você está se adaptando?Ela virou-se para mim, um sorriso educado nos lábios, mas havia uma barreira que parecia invisível. — Estou bem, obrigada, Júlia. A festa está realmente maravilhosa.— Fico feliz que esteja gostando. E como está sua família? Você mencionou que tinha irmãos? — perguntei, tentando
Capítulo 100: Um brinde a escolhidaMarcoA festa estava a pleno vapor, com risos e conversas altas ecoando pelas paredes da mansão. Eu havia dançado com várias mulheres, todas pertencentes às patentes mais altas do nosso mundo. No entanto, meu olhar estava fixo em uma mulher que não deveria estar ali. Ela não era o tipo que eu esperava encontrar em uma festa da máfia. Mas havia algo nela que me atraía, algo que me lembrava da minha ex esposa, Laura.Cabelos escuros e ondulados, pele clara e um sorriso que poderia iluminar qualquer sala. Eu precisava conhecê-la. Enquanto dançava, procurei por ela entre os convidados. Finalmente a encontrei, sozinha em um canto, observando a festa com um olhar curioso. Um impulso inexplicável me guiou até ela.— Oi, posso me juntar a você? — perguntei, oferecendo um sorriso genuíno.Ela assentiu, um pouco surpresa, mas seus olhos brilharam com interesse. Começamos a conversar, e quanto mais eu a conhecia, mais percebia a conexão que tínhamos. Ela falava
Capítulo 99: O que o futuro nos aguardaMateusA festa estava em pleno vapor, e o salão do castelo estava deslumbrante, iluminado por lustres que refletiam uma luz suave sobre os rostos sorridentes dos convidados. Eu olhava tudo com um orgulho que mal conseguia conter. As moças dançavam em seus vestidos elegantes, cada uma mais bela que a outra, todas com um único objetivo: conquistar Marco. Meu braço direito, meu irmão por escolha, merecia uma esposa que o completasse.Júlia estava deslumbrante em seu traje de gala, a barriga de três meses evidenciada com graciosidade. Havia algo de mágico na forma como ela se movia, sua presença iluminando o ambiente. Ela sempre foi uma força da natureza, mas agora, com a gravidez, havia uma nova dimensão de beleza e força que transparecia em seu olhar.Enquanto observava os convidados, pensei sobre o quanto a vida havia mudado. As crianças, Ruan e Carlito, estavam em seus quartos, mergulhados em sonhos, vigiados pelas babás que sempre se certificava
Capítulo 98: Casamento á vista JúliaO sol da manhã entrava pelas grandes janelas da mansão Esposito, iluminando o vasto salão com uma luz suave e acolhedora. Eu estava sentada na poltrona favorita do Mateus, relaxando após uma longa semana de compromissos e decisões. O peso de tudo que havia acontecido nos últimos anos, desde a morte de Hassan até o nascimento dos meus filhos, parecia mais leve agora. Mateus e eu finalmente estávamos em paz, criando nossa família com uma felicidade que antes parecia impossível de alcançar.Então, uma batida leve na porta me tirou dos meus devaneios. Antes que pudesse responder, Marco entrou com aquele sorriso confiante que sempre carregava. Nos últimos tempos, ele estava mais próximo de mim, e eu sentia que a nossa relação de irmãos estava cada vez mais forte.— Trouxe algo para você — disse ele, estendendo um pequeno embrulho.Peguei o presente, curiosa. A embalagem era simples, mas cuidadosamente adornada com um laço azul claro. Olhei para Marco,
Capítulo 97: A menina virou mulherCatarineA noite estava morna, e as luzes da festa ainda brilhavam ao longe quando o carro preto parou na minha frente. Não foi meu pai quem apareceu para me buscar, como eu já sabia que não seria, mas Tântiro, o dinamarquês durão que sempre estava à disposição da nossa família. Fazia dez anos que ele era o braço direito de Mateus, sempre leal, sempre sério, sempre... distante.Eu entrei no carro, sem dizer uma palavra, sentindo a tensão no ar. Tântiro nem olhou para mim. Os olhos dele estavam focados na estrada, as mãos firmes no volante. Sempre tão controlado, tão... inatingível. Era isso que mais me atraía nele. O fato de que, ao contrário de tantos outros homens, ele nunca parecia se abalar com minha presença, por mais provocadora que fosse.Hoje queria testar os limites dele. O silêncio no carro era sufocante, e eu sabia que ele não falaria nada a menos que eu o provocasse. A saia curta que usava subiu ainda mais quando cruzei as pernas, de prop
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