Luigi é o segundo herdeiro da poderosa família Romano, a família de mafiosos mais temida da Itália. De um gênio difícil e caráter questionável, o jovem mafioso verá sua vida virar ao avesso quando descobrir que Diana Lizano, uma neurocirurgiã arrogante, com quem teve um caso passageiro, está esperando um filho seu e decide abortar a criança. Ficar com Luigi foi um vacilo imperdoável para Diana, o que ela não esperava era que ficaria gravida. Carregada de traumas, ela não se vê em condições de ter a criança. Disposto a tudo para salvar a vida do filho, Luigi fará coisas que Diana jamais irá perdoá-lo e uma delas é fazer com que ela se apaixone por ele.
Leer másDiana Lizano
A vida é uma coisa engraçada. As pessoas que conheço olham pra mim como se minha vida fosse melhor do que a delas, já eu olho para elas e as invejo pelo que elas possuem. Acho que todas as pessoas que eu conheço possuem um pai, ou uma mãe, ou um tio, ou uma avó. Há uns afortunados que possuem tudo, pai, mãe, irmãos, tios e primos. Deveria existir uma forma de impedir que crianças fossem abandonadas por seus pais, pois não existe maior crime do que esse.
Eu era muito pequena quando fui abandonada por minha mãe em um orfanato. Era muito pequena para lembrar do rosto dela, mas grande demais para despertar o interesse dos casais que queriam me adotar. Lembro que eu tinha apenas dois vestidos e um eu guardava para usar somente quando tinhamos visitas no orfanato.
Eu sorria incansavelmente, como um filhote esperançoso tentando agradar os visitantes de alguma forma. As vezes meu rosto doía, mas eu não parava de sorrir, na esperança de conseguir agradar alguém e assim ser escolhida. Doía tanto quando eles iam embora e me deixavam para trás. Lembro que todas as vezes eu chorava, chorava muito.
A medida que eu crescia, as esperancas que eu tinha de ser adotada diminuiam. Não apenas pra mim, mas para as meninas de minha idade. Até que um dia minhas orações foram ouvidas.
....... 24 anos depois ........
_ Doutora! – A voz de Marta me desenterra do estado catatônico em que me encontrava. Olho a minha volta e não consigo acreditar que o teste de gravidez que estou segurando realmente é meu.
_ Sua mãe está subindo – Marta diz e a primeira coisa que faço é esconder o teste dentro da gaveta do armário ao lado da cama. Não posso nem imaginar o que Angeline Lizano faria se descobrisse que estou grávida.
A ideia de uma gravidez é tão absurdo que parece até uma brincadeira. Levanto apressada ao me dar conta de que ainda estou de camisola. Tomo um banho rápido e quando saio do banheiro, minha mãe está sentada no sofá do quarto me aguardando.
_ Você me parece bem – Ela me avalia balançando levemente a perna – Por que não foi trabalhar?
_ Não amanheci disposta – Respondo me sentado de frente para o espelho, soltando os cabelos ainda úmidos.
_ Indisposta? – Ela repete a palavra naquele tom de voz que odeio, duro e debochado – Desconheço essa palavra – Ela levanta e vem até mim, pegando meus cabelos molhados com as pontas dos dedos.
_ Minha nossa, Diana! O que está acontecendo com você? Seu cabelo está horrível, quando esteve no salão a ultima vez?
_ Desde que cheguei, não tive tempo para muita coisa – Eu falo e ela pega seu telefone e fazendo uma ligação, se aproxima da janela entreaberta do quarto.
_ Providencie um horário para a doutora Lizano, hoje, as 13h – Ela desliga o telefone e me olha novamente – Pronto. Não é tão difícil, é?
_ Eu tenho três cirurgias agendadas para essa tarde.
_ Desmarque. Não é dentro de um centro cirúrgico que irá consertar seu noivado.
_ Eu… - Começo a falar já sentindo o nó se formar em minha garganta.
_ Já passou da hora de você e Alberto se entenderem.
_ Eu não posso me casar com ele – Digo sentindo todos os nervos do meu corpo se contorcerem. Alberto tinha me dado uma surra de cinto, aquilo não era algo que dava para consertar.
_ Não pode? – Ela me lança seu olhar propositalmente confuso – Não sei o que aconteceu nessa ultima viagem que fizeram Diana, mas terminar um noivado de oito anos, no momento em que Alberto mais precisa de você, é no mínimo, desumano _ Ela fala como se conhecesse o significado daquela palavra – Já marquei um jantar para essa noite. Alberto e seus pais irão jantar conosco. Não se atrase.
_ Mãe – Eu a fito atônita, o coração desesperado dentro do peito. Eu quero tudo, menos ver Alberto na minha frente.
_ Sem choros, Diana. Você já não é mais uma menina, não pode dispensar um homem como Alberto por puro capricho.
_ Ele me bateu – Falo o que ela já sabe, com os olhos cheios de lágrimas, os músculos do pescoço retesados e um nó entalado na garganta. Não consigo acreditar que ela está fazendo isso comigo.
Ela me olha surpresa, mas logo se recompõe.
_ As mulheres de hoje exageram muito em seus relatos.
_ Ele me deu uma surra COM CINTO dentro do meu consultório – Falo ficando de pé, disposta a deixar a situação mais clara. Eu já tinha dito a ela que tinha sido agredida por Alberto, mas era evidente que isso não tinha sido suficiente para que ela entendesse a gravidade do que tinha acontecido, então decidi ponturar as coisas.
Ela puxou a toalha do meu corpo em um movimento brusco, me deixando completamente despida, em seguida me puxou pelo ombro para avaliar meu corpo. A sensação que tive foi a de que ainda tinha sete anos. Aquilo me magoou de forma tão profunda que não consigui reagir. Eu simplesmente fiquei dormentes.
_ Não estou vendo nenhuma arranhão. Não seja exagerada – Ela empurrou a toalha branca novamente nas minhas mãos – Pare de se comportar como uma garota fraca e tolä. Sabe o quanto desprezo esse tipo de comportamento. Agora troque de roupas, cancele as cirurgias de hoje e não se atrase para o jantar. Seu pai tem sentido sua falta.
_ Tudo bem – Respondi em meu tom de voz frio e dormente.
_ Não faça essa cara. Tudo o que faço é pensando no seu bem – Ela falou se retirando quarto e eu permaneci parada, de pé, no exato lugar em que ela me deixou.
_ Senhora… Não pode fazer isso – Ouço Marta falar angustiada, parada ao meu lado, me olhando com o semblante infeliz – Eu sei que não deveria me meter, mas… não pode se casar com um homem assim - Ela certamente tinha ouvido toda a discursão com minha mãe.
_ Eu falei tudo a ela e ainda assim ela quer que eu case, então eu vou fazer isso.
_ Por que? – Marta parou na minha frente e fez a pergunta que muitas vezes eu mesma me fazia.
_ Porque ela é a minha mãe.
_ Isso não está certo – A mulher me fitava inconformada – Ela é sua mãe, mas a senhora já é uma mulher. A senhora é uma médica, é uma mulher independente. Não pode permitir que outros tomem decisões no seu lugar.
_ A decisão é minha Marta, sempre foi. Sou eu que decidi fazer o que eles esperam de mim e eu vou fazer.
_ Não faça isso filha - Seu pedido foi quase um choro.
_ Por favor, me deixe sozinha – Pedi e quando Marta deixou o quarto, voltei para o banheiro e fechando a porta, empurrei as costas contra a parede e deslizei até o chão, ainda nua segurando a toalha, então deixei as lágrimas descerem.
Por que eu fazia isso? Essa era uma pergunta difícil de responder. Na verdade eu sabia exatamente a resposta para aquela pergunta, mas isso não mudava em nada quem eu era e como eu agia. Aquilo era mais forte do que eu.
Houve um tempo em que eu ainda busquei ajuda de psicólogos, mas eles só falaram o que eu já sabia. Era tão fácil dizer o que eu precisava fazer. E talvez fosse até muito fácil fazer o que eu precisava fazer, mas ainda assim, nada conseguia me tirar da prisão em que vivia.
Se Angelina Lizano me mandasse pular de uma ponte, eu sei que pularia. Por que? Porque eu devia a ela tudo o que eu era e a satisfaria. Loucura? fraqueza? Obstinação? Talvez tudo junto e muitas outras coisas, mas a verdade era essa e sempre seria porque eu já não me importava mais.
Eu não tenho amigas, nunca tive, mas se as tivesse, imagino que elas certamente me criticariam e até apontariam seus dedos para mim, mas quando eu fui abandonada por meus pais em um orfanato, nenhum casal me considerava uma opção para adoção, por causa da minha idade já avançada. Eu tinha seis anos e os casais preferiam sempre os bebês. Foi ela, Angelina Lizano quem parou diante de mim, estendeu sua mão, me deu seu sobrenome e prometeu mudar minha vida.
Sete anos depoisDiana e eu fomos visitar Lian e Eduarda. Todos os anos faziamos isso nas férias. Diana e Eduarda tinham se tornado grandes amigas e a minha relação com Lian também tinha se fortalecido. O problema era que Lian ainda não tinha concordado em fecharmos o acordo de casamento entre Elara e Vicenzo e eu precisava resolver isso, já que cada um já estava com sete anos de idade cada._ Como é que é? – Lian me fitou pasmo. Tinhamos nos reunido para falar sobre os problemas que vinhamos enfrentando com os russo, mas obviamente que aproveitei o momento para lhe entregar o termo de compromisso, garantindo o casamento de Elara e Vicenzo._ Precisamos de uma garantia de sangue de que nossas famílias honrarão o pacto e se manterão unidas - Disse a ele o óbvio._ Não vou comprometer o futuro de minha filha dessa maneira – Ele garantiu em um tom aspero, dificultando as coisas – Ela será livre para escolher com quem irá se casar._ Tem certeza disso? Já pensou no que irá acontecer se el
Cinco meses depois_ Você precisa se acalmar. Está me deixando enjoado – Fabrizio reclamou enquanto eu andava pelo corredor do hospital, quase abrindo um buraco no chão._ Papai Romano? – A enfermeira chamou e meu coração quase saiu pela boca.Entrei naquela sala surdo de tanta emoção e quando vi Diana ainda sobre a maca, com Vicenzo no colo, meu coração inflamou em uma alegria que eu desconhecia.Beijei a cabeça de Diana e peguei meu filho nos braços.Madona mia, que bambino lindo! Um pedacinho de mim. Vicenzo era perfeito, tinha um rostinho pequeno e um narizinho minúsculo. Nasceu cheio de cabelos e os olhinhos ainda fechados._ Não era pra ele estar chorando? – Perguntei ao médico._ Parece que ele não se assusta fácil – O médico respondeu e o sorriso do meu rosto ganhou ainda mais força. Olhei para Diana cheio de orgulho e felicidade.A enfermeira tomou meu filho das mãos e parecia que estava levando minha vida junto com ela._ Fique calmo senhor Romano. Ela só vai terminar de pre
Luigi RomanoDiana estava terminando de se arrumar para sairmos quando meu celular vibrou.“Ano novo confirmado” - Li a mensagem e uma sensação de satisfação me preencheu._ Vamos – Ela sorriu me beijando. Olhei no relógio e ainda faltava quarenta minutos para a virada.Já estávamos chegando ao terraço quando o celular vibrou novamente.“Feliz ano novo” - Desliguei o display e as mensagens continuaram chegando, uma atrás da outra._ O que diabos você fez? – Matteo sussurrou perto do meu ouvido assim que Diana e eu nos unimos a eles no ambiente aberto. Diana seguiu ao lado de Kate e Fabrizio e Petta terminaram de me cercar._ Não sei do que estão falando – Me fiz de desentendido. Meu celular vibrou novamente e Matteo tomou o telefone e o apontando na minha cara, o desbloqueou, indo direto para as mensagens.“Feliz ano novo confirmado”.– Que porra você fez, Luigi? – Matteo rosnou agoniado e Fabrizio fez uma careta, enquanto Petta olhava para todos os lugares ao mesmo tempo, como se tem
Diana RomanoLuigi me apertava em seus braços como se eu pudesse escapar. Seus braços acariciavam minhas costas e cabelos. O cheiro dele era tão familiar e maravilhoso e seu corpo tão quente. Eu também não queria que ele se afastasse de mim nunca mais.Havia tantas coisas que precisávamos conversar, mas tudo o que eu queria era que ele continuasse ali, junto comigo._ Diana – Ouvi a voz de Matteo e me voltei na direção dele. Luigi se afastou um pouco, mas não tirou a mão de minha cintura – Como você está? – Ele perguntou e antes que eu pudesse dizer algo, se aproximou e beijou o meu rosto dos dois lados._ Eu estou bem – Garanti mais tranquila._ E meu sobrinho? – Ele me observou atento._ Está bem também. Obrigada – Agradeci um pouco envergonhada por minhas conclusões precipitadas a seu respeito._ Eu vou aguardá-la la fora – Matteo se retirou e Luna me abraçou beijando o meu rosto. Então tive que sair do cercadinho pois a fila de Romanos que aguardava era grande._ A cadelä vai ter
Diana Romano Sentei naquela cadeira e meus olhos bateram de frente com os de Isabela. Eu nunca tinha sentido tanta raiva de uma mulher como eu sentia dela. Ela nem tinha feito nada, mas só de vê-la sentada ao lado de Luigi, o sangue do meu corpo ferveu.Voltei a olhar para Luigi e desta vez nossos olhos se encontraram. Meu coração saltou no peito, era como se só agora estivesse me vendo. Ele não sorriu, nem piscou, nem mesmo suavizou seu semblante. Estava sério e rígido.Eu também não suavizei o meu, nem demonstrei qualquer carência ou fraqueza. Estava com muita raiva dele. Uma raiva tão grande que parecia adormecer meu corpo. No fundo, uma parte de mim pedia paciência, sussurrando que ele me daria uma boa explicação para toda aquela palhaçada, por outro lado eu não queria me iludir, queria apenas odiá-lo e desprezá-lo.Seria possível que Isabela tivesse questionado a validade do nosso casamento? Ou feito algum tipo de exigência obrigando seu noivado a ser respeitado? Luigi disse que
Matteo RomanoDeixei Luigi no galpão e antes de entrar no carro o celular tocou, era Isabela avisando que já estava pronta. Ordenei aos rapazes que redobrassem a vigilância. Luigi solto era sempre um perigo e na situação em que estávamos, um passo em falso e minha cabeça seria a primeira a rodar. Não que isso fizesse alguma diferença. Se eu caísse, minha casa inteira cairia. Era assim que as coisas funcionavam.Quando chego a mansão Mattaro, Augusto me recebe com um sorriso largo, um aperto de mão fervoroso e um beijo. Retribuo o sorriso com a mesma cordialidade. Macello e Luciano também aparecem e nos servem uma bebida. O clima da casa mudou completamente. Agora estão receptivos e sorridentes e Augusto pergunta sobre quando anunciaremos o noivado.Isabela chega na hora, cortando o assunto. Ela me lança um olhar diferente, como se fosse a primeira vez que tivesse realmente notando a minha presença e meu olhar pra ela também não é o mesmo. Antes eu a olhava como namorada de meu irmão,
Último capítulo