A noite já havia caído fazia tempo, e Fátima ainda continuava sentada em frente aos monitores, na enorme sala reservada à parte criativa da A-Z Technologies. Sabia que já não estava a ser produtiva, mas sair dali significava pensar; e ela não queria pensar. Não sobre o colapso pessoal, profissional e familiar que sua vida havia se tornado.
Parecia que um terramoto de alta magnitude abalara tudo e depois um marimoto veio para arrastar o resto. E nada parecia ter um fim.
Empurrou a cadeira para trás e olhou de longe o que havia feito. Abanou a cabeça, desapontada consigo mesma. Não era a melhor designer do mundo, mas nem ela podia acreditar que havia produzido algo tão... sem nexo.
Deu um clique. Fechou tudo, sem salvar. Levantou-se, pegou suas coisas e caminhou em direção à saída. Já era tarde.
Foi quando ouviu uma voz.
— Não pode me ligar no meu telefone — sussurrou Salman, ao telefone, parado em frente ao elevador.
— Tentei o dia todo. Por onde andava? — Fátima não conseguia ouvir o