Ignorando o pedido de Zahir para que Vitor tomasse o leite no cadeirão, eu o peguei no colo. O corpo pequeno e quente dele se acomodou contra o meu peito, e o inclinei devagar, levando a mamadeira aos seus lábios.
Vitor mamava me olhando nos olhos — aqueles mesmos olhos negros do pai — e, com seus dedinhos inquietos, enrolava mechas do meu cabelo. Um sorriso brotou no meu rosto. Aquele instante era só nosso. Eu não abriria mão desse prazer por nada no mundo.
Zahir permaneceu em silêncio, mas eu podia sentir o peso do seu olhar atravessando a mesa.
O cheiro forte do café se misturava ao leve aroma de seu perfume amadeirado, e por um instante, tive a sensação de que o ar entre nós era denso demais para ser respirado.
Quando Vitor terminou, o levantei, limpei sua boquinha com um guardanapo e o beijei na testa. Ele riu, pronunciando palavras meio desconexas, até dizer, com a doçura que derrete qualquer mãe:
— Mamãe.
O som partiu meu coração em dois — um de amor, outro de dor.
Sorri, mas m