“Escondi minha dor em segredo no meu íntimo, mas as minhas lágrimas desvelaram os meus segredos.”
Enquanto permaneço diante da janela, com o mar refletido na superfície, o celular vibra no meu bolso.
Mensagem do financeiro.
Outra planilha estourada.
Não me surpreendo.
O Sailor é lindo — mas é como um animal selvagem: exige cuidado constante, e qualquer descuido pode transformá-lo em um prejuízo monumental.
Zahir tinha visão, eu reconheço isso, mas visão sem limites é perigosa.
Agora sou eu quem deve conter o estrago.
Fecho a janela mentalmente e volto à mesa.
Organizo os relatórios, reviso custos, reviso números que não batem, reviso erros que deveriam ter sido óbvios.
Sinto minha mandíbula travar.
— Se eu estivesse aqui desde o início...
O pensamento vem, cortante.
Mas sei que é inútil.
Na época, eu estava cego demais pela raiva, pelo medo de perder meu irmão para uma história que eu julgava errada.
E sofri as consequências.
Ele também.
Sophia, mais ainda.
Hoje, eles são felizes.
E eu estou aqui, recolhendo os cacos financeiros do passado.
A porta da sala se abre com