Capítulo 8 — LINHAS DE FUGA

Isla não ficou parada.

A imagem da padaria fechada e o fantasma do toque de Ezra em seu cabelo não a deixavam respirar. Ela se levantou da cadeira, suas pernas ainda trêmulas, mas movidas por um impulso novo: a necessidade de ação. De desobediência.

Ela saiu do escritório. Os corredores do andar executivo eram longos, silenciosos e brancos demais. O salto de seus sapatos caros ecoou no mármore como tiros isolados. Sua respiração era curta, presa no peito.

Os poucos assistentes que cruzavam seu caminho desviavam o olhar rapidamente. Sabiam. Todos ali sabiam quem ela era e sob quais termos estava. O ar carregado de conhecimento a sufocava.

Ela apertou o botão do elevador. As portas de aço escuro se abriram. Ela entrou. O espaço fechado, com seus espelhos refletindo infinitas versões de seu rosto pálido, parecia um suspiro de alívio. As portas começaram a se fechar.

Foi então que uma mão apareceu na abertura. Um gesto largo, imperioso. As portas retrocederam silenciosamente.

Ezra entrou.
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