Isla não ficou parada.
A imagem da padaria fechada e o fantasma do toque de Ezra em seu cabelo não a deixavam respirar. Ela se levantou da cadeira, suas pernas ainda trêmulas, mas movidas por um impulso novo: a necessidade de ação. De desobediência.
Ela saiu do escritório. Os corredores do andar executivo eram longos, silenciosos e brancos demais. O salto de seus sapatos caros ecoou no mármore como tiros isolados. Sua respiração era curta, presa no peito.
Os poucos assistentes que cruzavam seu caminho desviavam o olhar rapidamente. Sabiam. Todos ali sabiam quem ela era e sob quais termos estava. O ar carregado de conhecimento a sufocava.
Ela apertou o botão do elevador. As portas de aço escuro se abriram. Ela entrou. O espaço fechado, com seus espelhos refletindo infinitas versões de seu rosto pálido, parecia um suspiro de alívio. As portas começaram a se fechar.
Foi então que uma mão apareceu na abertura. Um gesto largo, imperioso. As portas retrocederam silenciosamente.
Ezra entrou.