— Ontem você disse que só venderia o colar em último caso... Você passou por alguma dificuldade? —Perguntou Renato, com a voz serena, mas cheia de preocupação. — Se for isso, pode me contar. Eu posso te ajudar.
Vitória sorriu de leve, mantendo a expressão controlada, quase carinhosa.
Mas balançou a cabeça e respondeu suavemente:
— Quando tivermos certeza de que somos mesmo da mesma família, eu te conto.
Consegui vender o colar e já resolvi o problema. Está tudo sob controle agora.
A recusa dela, embora educada, deixou Renato com um aperto no peito.
Ela ainda não confiava totalmente nele.
E isso doía.
No fundo, ele tinha quase certeza do resultado do teste.
Tudo batia: idade, lembranças, o colar, até as mínimas coincidências temporais.
Era ela.
Tinha tudo pra ser ela.
Mas, mesmo assim, ela ainda mantinha um muro entre os dois.
Renato respirou fundo.
Não a pressionaria.
Deixaria que o tempo, e o exame de DNA, provassem a verdade.
— Que tal almoçarmos juntos hoje? Pode ser? —Perguntou ele