Adolf senta-se na cadeira funda do lounge exclusivo, já com o olhar vidrado. A música eletrônica abafava os sentidos, mas ele reconheceu a mulher de óculos escuros e blazer preto que sempre aparecia com um pequeno envelope nas noites certas.
Ela se aproximou como um vulto elegante. Entregou o que ele queria sem dizer uma palavra.
— Obrigado, anjo da perdição — murmurou ele com um sorriso torto.
Harper não respondeu. Apenas sentou-se a poucos metros, de modo a continuar ouvindo sem ser notada. De óculos, cabelo preso, roupa discreta, era invisível ali.
— Nem vais acreditar… — disse ele a um amigo. — Transar com a ex do meu primo mais velho foi tipo… uma vitória. Acha que ele vai descobrir?
O outro gargalhou. Adolf riu junto, depois tragou fundo.
— Ela chorou depois. Disse que não aconteceu nada. Mas no fundo, eu sei que ela gostou. Agora tá aí, dizendo que tá grávida. — E gargalhou de novo.
Harper se inclinou discretamente para trás, absorvendo tudo. Seus lábios se curvaram num