Levantou-se devagar. Ainda segurava a blusa dela. Passou os dedos pelo colar pendurado no espelho da entrada. Guardou o croqui dobrado no bolso do casaco e saiu.
Mesmo que não dissesse, ele sabia: a ausência dela estava começando a doer de uma forma silenciosa e constante. E no fundo, ele sabia… a família queria respostas.
O salão de jantar da mansão estava impecável. A mesa longa, coberta por uma toalha branca engomada, estava posta com talheres de prata, taças de cristal e flores discretas no centro. Todos os filhos estavam sentados, inclusive Eros, que mantinha o olhar perdido na borda da taça de vinho.
Ares, com um leve sorriso orgulhoso, ergueu a voz:
— Preciso reconhecer, Eros... cinco meses. Nenhuma confusão, nenhum escândalo, sóbrio, e mantendo a empresa de pé. Está me surpreendendo.
Eros apenas assentiu com a cabeça, sem dizer nada. Estava cansado de elogios que não pedira.
O som da porta se abrindo fez todos olharem. Harmonia entrou, com Mila ao lado. O salto alto del