ARTHUR VASCONCELOS
Cheguei em casa e me direcionei direto para o quarto. Subi as escadas, mas quando cheguei ao corredor do nosso quarto,a enfermeira, estava do lado de fora, de pé como uma sentinela.
— Senhor Vasconcelos. — ela se endireitou quando me viu.
— Por que está aqui fora?
— A Senhora Vasconcelos... ela teve uma tarde difícil.
Dia difícil? Em casa? Será que sua dor piorou?
— Explique.
— Os pais dela vieram visitá-la. — ela falou baixo, claramente nervosa. — E a tia dela.
Lúcia.
Pensei ter resolvido esse problema permanentemente no meu escritório há dias. Eu a tinha avisado. E ela ainda assim ousou vir aqui.
— Continue — ordenei.
— A Senhora Vasconcelos ficou... muito agitada. Elas discutiram. Bem alto. — Célia engoliu em seco. — Depois que a visita foi embora, ela teve uma crise de choro muito forte. Recusou-se a comer qualquer coisa. Ela estava inconsolável, senhor.
Meu maxilar travou.
— Eu administrei o calmante leve que o Dr. Mendes autorizou.