CAMILA NOGUEIRA
— Arthur… — Minha voz saiu aguda. — Você está drogado?
Eu me sentei na cama, ignorando a pontada de dor no meu quadril. Nesse momento precisava de toda a minha capacidade cerebral. E o homem à minha frente, meu marido, acabara de propor algo que beirava a insanidade.
Ele soltou um suspiro.
— Nunca usei nenhuma substância ilícita, Camila. — disse ele, com aquela voz grave e aveludada. Não havia ironia, nem sarcasmo. — Estou falando sério.
— Nesse caso, então você é louco — disparei, afastando-me quando ele sentou e tentou por a mão no meu rosto. — Arthur, você está falando de bilhões. A Corporação Vasconcelos inteira, não só sua empresa. O império que sua família construiu. Você está dizendo que, se me trair, você se desfaz de tudo para mim?
— Exatamente — ele respondeu, com um aceno lento e decidido. — E eu nunca estive tão são.
Olhei para ele, procurando a motivação. A armadilha. Ou olhos vermelhos de drogado, nunca se sabe...
— Por quê? Qual cláusula eu vou as