CAMILA NOGUEIRA
A noite foi insone.
Eu me virei nos lençóis de seda, o cheiro dele ainda impregnado no travesseiro ao meu lado, e minha mente girava, presa em um loop torturante.
Arthur, como sempre, já tinha saído e o lado dele da cama estava perfeitamente arrumado. Ele eta como um tubarão que nunca para de se mover.
Levantei-me, com o corpo pesado de exaustão mental. Pierre, agora dormia na sua cama de veludo cinza, que ele arrastou para o pé da nossa, levantou a cabeça e bateu o rabo no chão.
— Pelo menos você dormiu bem, garoto — murmurei, coçando suas orelhas.
Tomei um banho e vesti a coisa mais confortável que tinha: minhas calças de ioga pretas e um moletom cinza. Eu só queria tomar café e olhar para uma parede por algumas horas.
Mas exatamente às 10:00 da manhã, a campainha tocou.
Eu estava no chão da sala com Pierre, enquanto olhava para a TV.
Doria apareceu.
— Senhora Vasconcelos... A Senhora Cecília já está aqui.
O furacão de Chanel e gardênia entrou n