Assim como nos últimos dias, nessa noite, o jantar foi simples, mas a leveza nova entre eles estava presente. A proximidade construída nos últimos dias fazia com que até o silêncio tivesse um sabor diferente. Helena arrumava os pratos na cozinha enquanto Eduardo, encostado no batente da porta, a observava com um meio sorriso. Não o sorriso arrogante de sempre, mas um que ela ainda estava aprendendo a decifrar.
— Vai ficar me olhando ou vai ajudar? — ela disse, sem olhar para trás, percebendo a presença dele.
— Estou admirando. Não posso?
Helena virou-se com uma sobrancelha arqueada. Eduardo se aproximou devagar, pegando um pano de prato qualquer só para não sair de mãos abanando. Mas o que ele realmente queria não estava na pia.
— A prateleira não te venceu — comentou, tentando quebrar o gelo.
O sorriso dela foi suave.
— Não quando você ajudou. E... obrigada por aquilo. Por tudo.
Ele assentiu. Em silêncio, enxugou o último prato e o guardou. Quando passou por ela, seus d