— Sobre o que falei antes… da babá.
O corpo dele se enrijeceu.
— Dona Francisca é maravilhosa, mas já se desdobra demais. Não quero que adoeça.
— Não confio em estranhos com eles. — murmurou.
— Então, que tal a creche? Só meio período.
Gael passou as mãos pelos cabelos.
— Talvez… No mês que vem farão dois anos. Seria bom conviverem com crianças da idade deles.
Um sorriso aliviado escapou.
— Exato. Só enquanto eu estiver ocupada.
— Vou pegar referências das melhores e visitaremos uma a uma.
— Com certeza. Vamos escolher a mais segura.
Apoiei a cabeça em seu ombro, grata por aquela abertura.
A madrugada avançou, mas o sono custava a vir. Observei Gael dormir, a respiração calma, como se os fantasmas que o perseguiam não ousassem entrar no quarto. Quantos segredos ainda guardava?
Toquei seu rosto, sentindo a barba rala sob meus dedos. Tão forte e, ao mesmo tempo, tão frágil.
— Vou ficar. — murmurei baixinho. — Até confiar em mim de verdade.
Fechei os olhos, agarrada à esperança que, pouc