Quando Charlotte acordou, o sol já estava se despedindo do horizonte, pintando o céu com tons de laranja e dourado, estava na cozinha, mexendo uma xícara de café, quando ouvi os passos lentos dela vindo pelo corredor.
— Dormiu bem? — perguntei, virando-me com um pequeno sorriso.
Ela parou na entrada, o cabelo um pouco bagunçado e os olhos ainda vermelhos do choro da noite anterior. Mesmo assim, Charlotte ainda exalava aquela força silenciosa que sempre admirei.
— Dormi, sim. Acho que precisava mais do que imaginava. — respondeu, sentando-se à mesa.
Coloquei a xícara diante dela e me sentei em frente, observando-a com atenção. O silêncio entre nós não era desconfortável — era o tipo de silêncio que fala muito sem precisar de palavras. Ela pegou a xícara, deu um pequeno gole e suspirou.
— Você é quem devia estar descansando, Leandra. — disse ela, olhando para a minha barriga quase imperceptível. — Está se cuidando direito?
Sorri, tentando aliviar o clima.
— Estou, sim. Tenho me aliment