— Então… vai me dizer que foi só enjoo?
Suspirei fundo, exausta de fingir. Negar não fazia mais sentido. A imagem do teste de farmácia sobre a penteadeira voltou nítida as duas linhas cor-de-rosa eram como um grito silencioso dentro da minha mente. O coração acelerou só de lembrar.
— Fiz um teste — confessei, com a voz baixa, sem conseguir encará-la. — Deu positivo.
O grito de alegria que ela deu quase me fez rir. Charlotte bateu palmas, vibrante como uma menina que acabara de receber o presente dos sonhos.
— Eu sabia! — exclamou, rindo alto. — Desde que te vi colocar a mão no estômago! Oh, querida, isso é maravilhoso!
Por mais que tentasse manter a compostura, o entusiasmo dela era contagiante. Havia tanto brilho, tanta ternura naquele olhar que o medo, por um momento, pareceu menor.
— Calma, dona Charlotte — pedi, rindo fraco. — Ainda nem fui ao médico. Pode ser engano.
— Engano? — retrucou ela, como se aquilo fosse uma ofensa à própria intuição. — Ora, nada disso! Vamos resolver is