VITTORIO
A casa parecia menor agora. Ou talvez fosse só eu, encolhido por dentro.
Estávamos de volta àquele lugar. As paredes ainda guardavam o cheiro da última vez que estive ali — cigarro, medo e o gosto metálico da perda.
Giuseppe empurrou a porta com força, como se pudesse afastar os fantasmas na marra. Breno veio logo atrás, em silêncio, os olhos atentos, varrendo o ambiente como quem não sabia onde pisar. Eu entrei por último. Sem pressa. O que eu procurava ali não era algo que pudesse ser achado com os pés.
Fazia menos de vinte e quatro horas desde que Mia partiu.
Vinte e quatro horas que me cortaram por dentro como uma lâmina cega.
Ela havia dito tudo com os olhos abertos. Com uma frieza cruel.