MIA
Eu corri, o mármore frio e ensanguentado escorregando sob meus pés descalços, o coração batendo tão alto que abafava os tiros e gritos que ecoavam pelos corredores. Cada explosão de arma de fogo parecia empurrar meu corpo para frente, como se o medo cravasse garras na minha espinha e me obrigasse a continuar.
O cheiro de pólvora e ferro impregnava o ar, misturado ao aroma ácido de suor e morte. Corpos juncavam o caminho — rostos conhecidos, rostos desconhecidos —, e cada expressão sem vida era um soco que eu não podia me dar o luxo de sentir. Não havia espaço para o luto. Não havia tempo para a dor. Só importava encontrar um lugar... um buraco onde eu pudesse me esconder, respirar, pensar.
A mansão, outrora maje