Pantera Narrando
Acordei cedo, cabeça cheia, mas firme no propósito. O sol nem tinha batido direito no morro e eu já tava de pé, botando o tênis no pé e ajeitando a pistola na cintura. A responsa de ser linha de frente não dá folga, tá ligado?
Desci pra boca, cumprimentei os cria, olhei os malote, conferi a contabilidade rapidão. Tava tudo batendo, mas sempre tem que ficar ligeiro — vacilo é brecha pra verme entrar.
Depois dei um salve no Blackout no rádio:
— E aí, cria, como tão os preparo aí pro casório? — falei rindo, porque só de pensar em ver ele casando já era engraçado pra mim.
Ele respondeu na risada também:
— Tá tudo no esquema, Pantera... e tu e a Janete já tão com roupa de padrinho, né?
— Já é, porra... ela que escolheu, disse que quer me ver de terno. Só falta mandar fazer o corte blindado — brinquei, mas por dentro tava amarradão com essa parada.
É isso, mano... no meio do caos, do fogo cruzado, das treta da vida, nóis ainda arruma espaço pra amor, pra festa, pra constru