Janete narrando
Assim que saí da cafeteria com a Nath, ainda tentando digerir tudo o que tinha acabado de acontecer, meu peito parecia apertado. O Caíque ali, na nossa frente, do nada, depois de tanto tempo… e com aquele olhar? Foi como se o passado tivesse puxado meu braço de volta, tentando me prender outra vez.
A Nath, como sempre, firme do meu lado, ficou me encarando em silêncio por uns segundos, esperando eu dizer alguma coisa. Mas eu tava muda. Travada. Por dentro, meu coração tava gritando.
Pegamos o caminho de volta pro meu apartamento, andando rápido, olhando pra trás a cada esquina. Eu só queria entrar, fechar a porta, tomar um banho gelado e esquecer que aquele encontro tinha acontecido. Mas era impossível.
Chegando em casa, joguei a bolsa no sofá e me encostei na porta fechada, respirando fundo. A Nath sentou no braço do sofá, cruzou os braços e me olhou.
— Você vai ter que me contar tudo direitinho, Janete. Porque esse Caíque não voltou só pra dizer oi, não.
E eu sabia