Blackout narrando.
Tava na boca junto com o Pantera, aquele dia o sol tava rachando, mas a cabeça tava fria. A gente já tava bolando mais um baile desses que faz o morro tremer, tá ligado? porque chegou carregamento novo e as mercadoria tão de responsa.
— Tem que girar isso logo, irmão. — Eu falei pra ele, olhando o movimento ali perto da escadaria. Pantera só assentiu, já com o radinho na mão, mandando os menor preparar tudo: som, segurança, bebida... o pacote completo.
O baile é onde tudo acontece. É ali que o dinheiro gira, que a gente mostra que tá no controle, que o morro é nosso. E com esse lote novo, não tem erro. Produto bom, clientela garantida. A meta é sair da noite com o bolso cheio e o nome mais forte ainda.
A mente já tava lá na frente, pensando em quem ia descer do asfalto, quem ia vir de olho gordo... mas também sabia que com o Pantera do lado, qualquer parada a gente resolve. Porque aqui é assim: no baile, na guerra ou na paz, é sempre no comando.
Enquanto o Pantera