Lari narrando
Meu nome é Larissa, mas no morro todo mundo me chama de Lari. Tenho 25 anos, cabelo loiro até a cintura, daqueles que chamam atenção de longe. Corpo enxuto, cintura fina, coxa grossa, boca carnuda e olhar de quem sabe bem o que quer. Sempre soube usar o que tenho a meu favor. E, verdade seja dita, nunca tive medo de jogar com as armas que a vida me deu.
Desde novinha, vi que o mundo era dividido entre quem mandava e quem obedecia. E eu nunca aceitei ser mandada. O morro sempre foi uma selva, e pra sobreviver aqui, tem que ser esperta. Me envolvi com os caras do tráfico porque sabia que era ali que tava o poder. O respeito. A grana. E eu queria tudo isso.
Já fiquei com uns chefes, uns vapor, uns gerente… não porque eu era “marmita”, mas porque eu sabia onde pisar, como chegar, e quando sair. Eles achavam que mandavam, mas quem fazia a mente de muito deles era eu. Sempre soube manipular, provocar, deixar o cara com a cabeça virada.
Só que dessa vez eu fui longe demais. Me