41- Pantera

Pantera narrando

Mano, o clima já tava sinistro desde que o Blackout colou na boca com aquela cara fechada, sangue nos zóio. Quando ele me contou do bagulho e mostrou onde era o esconderijo dos cara que mexeu com a Janete, minha visão escureceu na hora.

— Vamo botar esses comédia pra dormir, parceiro. Hoje é aula de terror.

Já mandei os vapor alinhar o bonde, arma pesada, rádio em código. A gente não ia só invadir, ia fazer história.

No caminho, mandei mensagem pra Janete:

— Fica firme, bebê. O monstro tá vindo buscar o prêmio dele.

Ela não respondeu, mas eu sentia que ela tava viva. Janete é linha de frente, não se entrega fácil. Só que mesmo assim, meu coração tava na mão, porque mexer com quem é meu é pedir pra morrer.

Chegamo no beco da casa abandonada e já dei o papo:

— Black, tu vai pela lateral com os cria. Eu e os outro entra arregaçando pela frente. Se escutar tiro, é porque tamo chegando.

Ele só assentiu com a cabeça e partiu. Dei um beijo no pingente que a Janete me deu e
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