Pantera narrando
Mano, o clima já tava sinistro desde que o Blackout colou na boca com aquela cara fechada, sangue nos zóio. Quando ele me contou do bagulho e mostrou onde era o esconderijo dos cara que mexeu com a Janete, minha visão escureceu na hora.
— Vamo botar esses comédia pra dormir, parceiro. Hoje é aula de terror.
Já mandei os vapor alinhar o bonde, arma pesada, rádio em código. A gente não ia só invadir, ia fazer história.
No caminho, mandei mensagem pra Janete:
— Fica firme, bebê. O monstro tá vindo buscar o prêmio dele.
Ela não respondeu, mas eu sentia que ela tava viva. Janete é linha de frente, não se entrega fácil. Só que mesmo assim, meu coração tava na mão, porque mexer com quem é meu é pedir pra morrer.
Chegamo no beco da casa abandonada e já dei o papo:
— Black, tu vai pela lateral com os cria. Eu e os outro entra arregaçando pela frente. Se escutar tiro, é porque tamo chegando.
Ele só assentiu com a cabeça e partiu. Dei um beijo no pingente que a Janete me deu e