Pantera Narrando
Acordei com a claridade batendo no rosto e o cheirinho dela no travesseiro... Janete ainda tava deitada, meio enrolada no lençol, toda linda, dona do barraco e do meu coração, cê tá ligado?
Levantei devagar, fui pra cozinha e preparei aquele café maroto — pão quentinho, café forte, umas frutas, do jeitinho que ela gosta. Levei na bandeja, cheguei no quarto de mansinho, e ela me olhou com aquele sorriso de canto que me desmonta na hora.
— Acorda, minha rainha. Café na cama feito com amor... e com fome também, que eu tô faminto — falei rindo, dando aquele beijo no ombro dela.
Ela riu, se espreguiçou toda e me puxou pra cama de novo.
— Tu é todo durão lá fora, mas aqui comigo é um neném — ela disse, zoando, mas com carinho no olhar.
— Neném nada, morena... só sei que contigo, eu sou mais eu. Te ver bem assim me dá gás pra resolver o mundo lá fora.
Ela ficou me olhando como se visse dentro de mim, e naquele silêncio que fala mais que mil palavras, eu entendi: a gente tav