Ponto de vista: Elora
O sono me alcançou como uma onda morna, mas algo nele era diferente. Não havia paz, nem esquecimento. Havia chamado.
Fui sugada para um lugar onde o tempo não existia — uma clareira banhada por uma luz pálida, prateada, como luar sobre neve. As árvores eram negras e retorcidas, mas o ar não era hostil. Era... sagrado.
E então, ela surgiu.
Velora.
Alta, esguia, com cabelos longos como seda negra e olhos que brilhavam como estrelas opacas. Seu rosto era meu reflexo mais maduro, mais sofrido, mas cheio de uma força indestrutível. Uma aura a envolvia — feita de poder antigo e tristeza eterna.
— Finalmente — sua voz era como vento entre folhas. — Você está pronta para ouvir o que ninguém mais pode lhe contar.
Eu queria falar, mas minha garganta estava travada. Eu só conseguia escutá-la, absorver cada palavra como se fossem raízes cravando fundo em mim.
— Nós sempre fomos caçadas, Elora. Cada filha que carrega meu sangue nasceu marcada. Com poder demais... ou amor dema