Capítulo 17 - Vozes do sague

Ponto de vista: Elora

O sono me alcançou como uma onda morna, mas algo nele era diferente. Não havia paz, nem esquecimento. Havia chamado.

Fui sugada para um lugar onde o tempo não existia — uma clareira banhada por uma luz pálida, prateada, como luar sobre neve. As árvores eram negras e retorcidas, mas o ar não era hostil. Era... sagrado.

E então, ela surgiu.

Velora.

Alta, esguia, com cabelos longos como seda negra e olhos que brilhavam como estrelas opacas. Seu rosto era meu reflexo mais maduro, mais sofrido, mas cheio de uma força indestrutível. Uma aura a envolvia — feita de poder antigo e tristeza eterna.

— Finalmente — sua voz era como vento entre folhas. — Você está pronta para ouvir o que ninguém mais pode lhe contar.

Eu queria falar, mas minha garganta estava travada. Eu só conseguia escutá-la, absorver cada palavra como se fossem raízes cravando fundo em mim.

— Nós sempre fomos caçadas, Elora. Cada filha que carrega meu sangue nasceu marcada. Com poder demais... ou amor dema
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