Henrique continuou parado. Nem um músculo do seu rosto se moveu. Ele parecia congelado naquele instante, mas por dentro, o caos era absoluto.
Nos olhos de Elize havia um brilho molhado de quem já não tinha mais força para esconder nada. Ela não implorava, não se desculpava, apenas estava ali, inteira em sua vulnerabilidade, deixando-o decidir o que fazer com tudo aquilo.
— Elize... — ele começou, a voz falhando um pouco.
Ela fechou os olhos. Estava pronta para ouvir qualquer coisa. Um "sinto muito", um "vou precisar te demitir", um "não posso me envolver com isso". Mas o que veio não foi nada disso.
Henrique deu um passo à frente. Depois outro. E parou bem diante dela.
— Você passou por tudo isso… sozinha?
Ela apenas assentiu.
O peito dele subiu e desceu de forma descompassada. Ele ergueu a mão, devagar, como se pedisse permissão para tocá-la.
Elize hesitou. Respirou fundo. Sentiu as pernas trêmulas. E foi. Como quem se lança de um penhasco sem saber se vai voar ou ca