A porta do escritório fechou atrás dela com um clique seco, mas o som pareceu ecoar por todo o corpo de Elize.
O sapato baixo fazia pouco barulho contra o mármore liso, mas suas mãos suadas traíam o disfarce de autoconfiança que ela tentou sustentar durante toda a entrevista.
Só quando pisou de novo na calçada do Centro da cidade, o ar mais fresco tocando seu rosto, é que ela soltou um suspiro longo.
— Acho que falei besteira. — murmurou pra si mesma.
Ela se afastou alguns passos do prédio imponente, tirou o celular da bolsa e discou rapidamente.
— Mada?
— Oi, menina! Peraí um minutinho — disse Madalena, se enfiando na cozinha com o celular colado ao ouvido. — Já saiu? Me conta tudo!
A voz da amiga veio vibrante como sempre, como se a animação estivesse prestes a transbordar pelo telefone.
— Foi… foi bom. Eu acho. Eu falei demais? Eu brinquei muito? Ai, Mada, você precisava ver! O homem é tipo… uma escultura viva. E eu fiz piada com a faculdade. Com minha própria facul