O silêncio que ficou após a saída de Augusto era quase constrangedor.
O tilintar dos talheres cessou por completo. Ninguém ousava ser o primeiro a falar — até que Ágatha, com a postura ereta e o sorriso treinado, tomou as rédeas da situação com a diplomacia que sempre a caracterizava.
— Henrique... — disse ela com doçura, apoiando os dedos delicadamente sobre a mesa. — Seu pai... ele não é uma má pessoa. Só... nunca foi acostumado a ser contrariado. Toda a vida dele foi construída com base em controle e tradição. E agora, você aparece com ideias novas, com esse fogo nos olhos...
Ela sorriu com leveza, olhando para Elize com carinho sincero, quase maternal.
— É natural que ele resista. Mas ele vai entender. Um dia, ele vai enxergar o que você vê.
Henrique inspirou fundo. O maxilar ainda tenso.
— Ele não precisa entender. Nem aceitar. Eu não estou aqui pra conquistar aprovação, mãe. Estou aqui pra construir uma vida que faça sentido pra mim.
Ágatha assentiu, respeitosa, ma