A conversa tinha retomado um ritmo mais brando, em grande parte graças à diplomacia delicada de Ágatha, que sabia exatamente como aparar as arestas afiadas do marido.
Os pratos iam sendo trocados, o vinho circulava, e as taças tilintavam aqui e ali como se tentassem manter a aparência de normalidade.
Em determinado momento, Ágatha pousou os talheres com elegância, limpou os lábios com o guardanapo e voltou-se diretamente para Elize, com aquele sorriso gentil que mascarava uma curiosidade afiada.
— E vocês se conheceram no escritório, certo?
Elize hesitou. O sorriso ficou preso nos lábios.
Ela não queria mentir, mas também não sabia até que ponto deveria expor a verdade — especialmente diante de Augusto, que a encarava com a expressão de quem avaliava uma testemunha em julgamento.
Olhou para Henrique, em busca de um sinal. Ele percebeu o olhar, o desconforto, a dúvida.
E decidiu resolver ele mesmo.
— Na verdade… — começou, pousando a taça na mesa. — A gente se conheceu b