O Elementos ficava numa rua arborizada, a poucos quarteirões do estádio. Era um barzinho charmoso, com fachada de madeira escura e uma varanda cheia de luzinhas penduradas.
No fundo do salão, um mini palco abrigava uma banda de voz suave e violão, que embalava o ambiente até as 23h, hora em que o lugar virava um karaokê animado, famoso pelas apresentações sem talento e pela plateia generosa nos aplausos (e nas bebidas).
Rodrigo foi o primeiro a entrar, seguido de Arthur e Henrique. Escolheram uma mesa perto da varanda, com visão privilegiada do palco e da entrada.
— Aquele garçom me conhece — disse Rodrigo, já fazendo sinal com a mão. — Se ele demorar, é porque tá fingindo que não me viu. Fiquei devendo couvert da última vez.
Arthur riu, se acomodando.
— Como alguém deve couvert?
— Longa história. Envolve uma música do Roupa Nova, um microfone aberto e um copo a mais.
Henrique esboçou um sorriso, mas o olhar estava no relógio. De novo. Em menos de três minutos.
Rodrigo notou.