O domingo amanheceu com um céu claro e um calor ameno que tornava impossível ficar trancada dentro de casa. Elize aproveitou o raro dia de folga para fazer algo que há tempos não se permitia: respirar. Sem pensar duas vezes, mandou uma mensagem para Madalena.
"Passeio na marina? Eu pago os cafés."
A resposta veio em segundos, com um emoji animado e um “tô dentro”.
Caminhar pela Baía das Abelhas naquele ritmo desacelerado parecia um luxo que ambas haviam esquecido como aproveitar. As ruas de pedra brilhavam sob a luz suave da manhã, e o movimento ainda era discreto, quase preguiçoso.
Elize e Madalena entraram em lojinhas de souvenir como duas verdadeiras turistas. Experimentaram chapéus exagerados, se encantaram com colares artesanais feitos com conchas e riram alto diante de uma camiseta que dizia “Perdida na Baía, não me procure”. Elize a segurou contra o corpo e fez pose:
— Essa aqui é pra você me reconhecer quando eu sumir de novo.
Madalena gargalhou.
— Só se eu sumir