Depois da corrida, ele decidiu levá-la para casa.
Henrique dirigiu em silêncio, com os olhos fixos na estrada. Às vezes, bastava um olhar mais atento para perceber as rachaduras que cresciam entre eles.
Quando parou em frente ao prédio dela, Beatriz se inclinou para um beijo.
— Te vejo mais tarde?
— Pode apostar — respondeu ele, tentando sorrir com os olhos.
Ela saiu com um aceno leve, e ele só então soltou o ar preso no peito.
Ao chegar em casa, Henrique deixou os tênis jogados perto da porta, tirou a camiseta suada e foi direto para o chuveiro. A água gelada descia pelos ombros, mas não levava o peso que crescia dentro do peito.
As palavras de Rodrigo voltavam como um eco incômodo. "Você sabe mesmo o que sente por ela?"
E depois, a fala de Beatriz naquela manhã: “É difícil às vezes saber o que você quer, Rick.”
Ele fechou os olhos, apoiando a testa na parede fria do boxe. Sabia que Beatriz não era perfeita — mas será que ele estava sendo justo? Ou só estava esperan