— Espetáculo? — ela arqueou uma sobrancelha. — Tá confiante, hein?
— Na cozinha, sempre. No resto… bom, tô tentando.
Elize deu uma risada baixa e apoiou o queixo na mão, sem disfarçar o quanto estava observando.
Henrique se virou para a bancada atrás de si, procurando o azeite, e ao voltar o olhar para o balcão... congelou.
Elize estava ali, com o queixo apoiado na mão, o cotovelo firmemente encostado no tampo.
A pose era despretensiosa, mas o efeito, devastador.
A inclinação leve do corpo fazia o decote do vestido ceder mais do que o previsto, revelando parte da renda da lingerie que ela usava — aquela que ele já tinha vislumbrado mais cedo, na porta da casa dela.
Henrique prendeu a respiração por um instante.
O sangue pareceu desviar o caminho lógico e correr direto para lugares onde o autocontrole não costuma morar.
Ele engoliu em seco, os olhos fixos.
Mas então, num ímpeto de sanidade, virou de costas com rapidez, como se aquele pequeno gesto fosse suficiente pra colocar