Henrique, do lado de fora, parou no meio do caminho.
A visão foi rápida, mas certeira.
A lingerie em tom marsala, com rendas finas e delicadas, brilhou por uma fração de segundo sob a luz amarelada da varanda.
O suficiente pra fazê-lo travar no lugar e engolir em seco.
Elize se virou, o rosto em chamas, tentando fingir normalidade enquanto descia os degraus como se nada tivesse acontecido.
— O vento resolveu colaborar, viu? — murmurou, bufando e ajeitando o vestido com as mãos.
Henrique abriu um sorriso torto, aquele meio de lado, onde o charme e a malícia dividiam o mesmo espaço.
— Tem certeza que você quer sair? Porque eu tô quase batendo o carro de ré e jantando aqui mesmo.
Elize riu, o olhar faiscando entre provocação e fingida inocência.
— E perder a chance de ver você cozinhando pra mim? Nem pensar. Já passei a tarde escolhendo isso aqui, não vai ser uma rajada de vento que vai me fazer mudar de ideia.
Henrique deu mais alguns passos, até ficar frente a frent