Naquela tarde, o escritório respirava um silêncio incomum.
Depois da tensão da manhã, Elize finalmente tinha conseguido focar no computador sem sentir que o coração ia pular pela boca.
Foi quando seu celular vibrou com uma mensagem curta de Henrique:
“Tem um café novo na esquina. Me disseram que os biscoitos são quase melhores que os da Glória. Quase. Vem comigo comprovar?”
Ela mordeu o canto da boca, surpresa com o convite informal.
Depois dos últimos dias, qualquer coisa que não envolvesse máfia, ameaça ou mentiras escondidas era um presente.
“Preciso de três minutos pra fingir que não tô aceitando esse convite só pelo biscoito.”
Alguns minutos depois, os dois caminhavam até o tal café.
Henrique abriu a porta pra ela com aquele gesto quase automático de cavalheirismo que vinha no pacote completo do Villamar mais novo.
— Aposto que você prefere os amanteigados. — ele disse enquanto se aproximavam do balcão. — Mas vai fingir que gosta dos integrais só pra manter a